Dra-Tatiana-Gabbi-Expossoma-o-que-e-e-qual-a-relacao-com-a-psoriase

Olá, eu sou a Dra. Tatiana Gabbi e hoje quero falar com você sobre o expossoma e compartilhar algumas informações interessantes (e necessárias) sobre o assunto. Independente de ser leigo no assunto ou um profissional da saúde, o que vou mostrar aqui serve para você. Quer saber mais? Continue comigo até o final!

 

Nossa saúde é uma combinação de genética e meio ambiente. Talvez os genes de alguém os tornem vulneráveis ​​à pressão alta, por exemplo, mas observando o que comem – na verdade, controlando o ambiente do corpo – eles podem manter seus números dentro dos níveis normais.

Atualmente, sabemos muito sobre o lado da genética desta combinação, também temos informações sobre como nossos ambientes bacterianos internos – o microbioma – afetam nossa saúde.

Mas a parte ambiental do quebra-cabeça ainda é confusa. Não medimos todos os produtos químicos que encontramos todos os dias, desde os fungos microscópicos em uma caminhada até o escapamento do carro em uma rodovia, por exemplo.

Quer dizer, a maioria das pessoas não. Michael Snyder, biólogo de Stanford e pioneiro em genômica, sim. E os resultados foram inacreditáveis! Já te falo sobre isso, mas antes, vamos entender…

 

O que é expossoma?

O expossoma humano é definido como a totalidade das exposições ambientais encontradas desde o nascimento até a morte e inclui uma mistura diversa de nutrientes dietéticos, medicamentos, agentes infecciosos e poluentes.

Simplificando: o expossoma se refere aos fatores sociais e ambientais aos quais uma pessoa está exposta desde o momento em que nasce até morrer. Isso inclui nutrição, poluição, radiação UV, vírus, bactérias e muito mais.

Todos esses fatores têm impacto na saúde de nossa pele. Quem vive em cidades com altos índices de poluição, por exemplo, pode ter uma pele mais seca e com mais erupções do que aqueles que vivem em áreas mais rurais.

Os cientistas também acreditam que esses fatores de expossoma podem acabar acelerando o processo de envelhecimento da pele.

 

Como o expossoma afeta a sua pele?

Sua pele atua como um escudo natural contra produtos químicos pro-oxidantes e poluentes físicos do ar aos quais estamos expostos na vida cotidiana.

Mas a exposição prolongada ou repetitiva a altos níveis desses poluentes pode ter efeitos profundamente negativos na pele, incluindo:

– Envelhecimento prematuro;
– Aumento na incidência de psoríase;
– Acne;
– Câncer de pele.
Além disso, essa exposição também pode piorar as condições alérgicas da pele, como
dermatite atópica e eczema.

Uma vez que a barreira protetora de nossa pele é comprometida por poluentes, os lipídios e colágeno (responsáveis ​​por dar à nossa pele hidratação e um brilho glorioso) começam a se quebrar e a superfície da pele começa a sofrer.

Isso causa um aumento das manchas secas, melanomas e uma falta geral de brilho.

+ Veja: Você sabe o que são fotoprotetores?

 

Qual a relação entre o expossoma e as doenças?

Fatores ambientais há muito tempo são apontados como os principais contribuintes para a carga global de doenças. Por exemplo, dados de várias fontes indicam que mais de 70% das mortes não violentas nos Estados Unidos podem ser atribuídas a:

– Tabagismo;
– Desequilíbrio alimentar;
– Poluição do ar;
– Reações adversas a medicamentos;
– Agentes infecciosos, agindo isoladamente ou em conjunto com outros fatores de
susceptibilidade do hospedeiro.

No entanto, a identificação de fatores específicos, suas interações e seus efeitos na saúde humana permanecem indefinidos.

Pesquisa de expossoma de Michael Snyder Michael Snyder, biólogo de Stanford e pioneiro em genômica, fez uma pesquisa que mostra o quanto estamos expostos a fatores ambientais.

Nos últimos anos, Snyder tem usado um dispositivo que ele inventou que mede o ambiente ao seu redor. Isso faz parte de sua busca para aprender como o meio ambiente afeta nossa saúde, estudando o que ele chama de “exposomes” (expossomas) das pessoas, ou as várias partículas de ar, poluentes, vírus e muito mais com os quais entramos em contato todos os dias.

A primeira coisa que a pesquisa mostrou é que o expossoma é vasto.

Havia mais de 2.000 espécies de bactérias na cobaia de estimação, registradas durante os dois anos de criação de perfil. Até mesmo a pessoa que o usou por três meses para o estudo foi exposta a mais de 1.000 espécies.

Havia cerca de 3.000 características químicas detectadas em todo o estudo.

O segundo resultado do estudo mostrou que o expositor é dinâmico.Quanto da variação do expossoma depende da região ou da sazonalidade? Pela parte que o estudo descobriu, a localização é o fator número um, especialmente para os produtos
químicos. A época do ano foi outro fator importante.

Esta foi apenas uma pesquisa para ver de maneira geral a que estamos expostos, mas trouxe resultados importantes para a dermatologia.

Uma das surpresas foi que os agentes cancerígenos, como solvente dietilenoglicol, estavam em todas as amostras – ou seja, estamos muito expostos a eles.

 

Por que devemos estudar o expossoma?

Uma das promessas do projeto genoma humano era que ele poderia revolucionar nossa compreensão das causas subjacentes das doenças e ajudar no desenvolvimento de prevenções e curas para mais doenças.

Infelizmente, descobriu-se que a genética é responsável por apenas cerca de 10% das doenças, e as demais causas parecem ser ambientais.
Ou seja: para entender as causas e, eventualmente, a prevenção de doenças, as causas ambientais precisam ser estudadas.

Como você viu, o expossoma pode ser definido como a medida de todas as exposições de um indivíduo ao longo da vida e como essas exposições se relacionam com a saúde.

 

Expossoma da Psoríase

No meu Instagram, coloquei o expossoma da psoríase para você ter uma ideia de quais exposições ambientais corroboram para a doença. Veja aqui antes de continuar a leitura. Já viu? Então, esse é o expossoma da psoríase! Ele é bem complexo, mas mostra claramente como as doenças inflamatórias se interligam.

É extremamente importante médicos e pacientes se darem conta da importância da mudança do estilo de vida nesses pacientes em particular.

Há benefícios já divulgados em artigos anteriores na perda de peso, nos exercícios físicos regulares, alimentação mais saudável (tipo mediterrânea), na redução do estresse etc.

 

Agora você pode estar se perguntando…

Se essas coisas impactam na psoríase a ponto da doença melhorar quando controlamos esses agentes, o que será que esse controle pode fazer por alguém que não tem essa doença, não é mesmo?

Pois lembrem-se que a mesma inflamação crônica de baixo grau que está presente nas doenças inflamatórias, também contribui para o envelhecimento cutâneo e do corpo como um todo!

E nesse barco estamos todos! Ninguém está ficando mais novo.

Então, cuide-se muito e de forma global! Cuide do sono, da alimentação, mexa-se e sobretudo: cuidem do que você assiste, do que pensa e de como se relaciona com outras pessoas.

E então, gostou do conteúdo? Espero ter ajudado! Compartilhe com alguém que precisa e me siga no Instagram.

 

Postado por Dra. Tatiana Gabbi

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Efeito do estresse na pele

Você já conhece os efeitos do estresse na pele? Sabia que ela mostra esses sinais? Continue por aqui e fique por dentro sobre o que causa o estresse e algumas dicas para evitar.

Hoje vamos falar sobre o efeito do estresse na pele, que foi o tema da minha rede social durante uma semana – tinha aproveitado a minha ida à Lapinha, spa médico pioneiro no tratamento do estresse no Brasil.

A pele é como uma via de comunicação com o mundo externo. Ela pode expressar tanto o bem estar assim como o adoecimento.

O estresse crônico promove o agravamento de doenças como dermatite atópica, psoríase e urticária.

Isso pode significar coceiras, ressecamentos e manchas roxas, vermelhas e brancas na sua pele; tudo isso causado pelo estresse.

Isso porque o seu corpo libera hormônios que alteram o sistema imunológico e, se o seu sistema imunológico cair, os sinais da epiderme aparecem.

Como funciona o efeito do estresse na pele?

Nem sempre o estresse é um problema; ele é uma defesa natural, um mecanismo fisiológico, que tem o seguinte objetivo: ajudar na sobrevivência.
Isso porque o estresse faz com que nosso corpo libere alguns mediadores químicos, nos fazendo reagir de forma mais rápida e eficiente em momentos de perigo. O problema mesmo é quando o estresse se torna crônico, causando muitos danos à saúde.

O estresse aumenta o risco de problemas cardiovasculares (como infarto e pressão alta) e também tem um grande efeito negativo na pele.

Isso acontece porque o cortisol em excesso (um dos hormônios relacionados ao estresse) afeta nosso sistema imunológico, provocando ou agravando doenças.

Efeito do estresse na pele: doenças mais comuns

Dermatite atópica
Podendo estar relacionada a outras doenças, como a rinite, asma e bronquite, a dermatite atópica é um processo inflamatório que causa algumas manchas / lesões na pele, coçando bastante e até descamando.
Alguns dos gatilhos da dermatite atópica são: tensão emocional, forte estresse, frio intenso, ambientes secos demais, tecidos de lã e calor.

Psoríase
Os problemas de estresse na pele também podem causar psoríase, que é uma doença inflamatória crônica. Os principais sinais são as manchas secas e escamas que se formam, principalmente, nos joelhos, couro cabeludo e cotovelos.

Alguns dos fatores que agravam a psoríase são: estresse crônico, álcool e alta exposição ao frio.

Urticária
Um outro problema de estresse na pele é a urticária, que é uma irritação cutânea, podendo surgir “do nada” em qualquer região do seu corpo. Ela pode ser:

– Aguda: dura menos de 6 semanas e não deixa cicatriz

– Crônica: dura meses ou anos

O principal desencadeador da urticária não é o estresse, mas ele ajuda muito a piorar seus sintomas.

Vitiligo
Um outro problema comum que causa sinais visíveis do estresse na pele é o vitiligo. Ele é a redução da melanina ou falta dele (melanina é o pigmento que dá cor à nossa pele).

Isso pode acontecer em várias regiões do corpo, surgindo manchas brancas. O estresse é um fator em comum nos pacientes que têm vitiligo, podendo desencadear o início da doença se a pessoa já tiver alguma predisposição genética.

Então, como controlar o estresse na pele?

É normal se estressar e precisamos controlar isso no dia a dia. Algumas pessoas conseguem fazer isso melhor, outras sofrem com isso e sentem o estresse na pele. Mas como saber que está fazendo mal à sua saúde realmente? Simples:

– Seu comportamento padrão foge do habitual;

– Está sentindo dificuldade para dormir;

– Ou você dorme à noite inteira e acorda se sentindo cansado;

– Não sente energia para as tarefas do seu dia

– Se irrita com quase tudo e todos

Na maioria das vezes, ouça quem está perto de você; ele pode te mostrar que algo não vai bem e que está na hora de procurar um especialista.

Se você quer se livrar dos efeitos do estresse na pele e em outras partes do corpo, precisa, acima de tudo, identificar as causas do seu estresse.

Caso seja possível, se afaste da causa do estresse; mas se não for possível, é necessário encontrar uma maneira de lidar com a situação de outras maneiras.

Dicas para reduzir o efeito do estresse na pele

1 – Esteja em constante contato com a natureza: em contato próximo com a natureza é importante porque ela nos mostra diversos mecanismos naturais, como a questão do ciclo, da impermanência, do silêncio, etc.

2 – Pratique atividades físicas: faça o que mais gosta – ou o que menos odeia – mas mexa-se! O exercício e o lazer são excelentes protetores contra o estresse e a síndrome de burnout!

3 – Cultive relações saudáveis consigo mesmo e com o meio: cultivar as amizades e as relações humanas é essencial. Isso foi um aspecto fundamental em um longo estudo conduzido em Harvard sobre envelhecer bem!

4 – Faça a higiene do sono, respeitando o tempo e qualidade: durma bem, respeitando tempo e duração do sono e pratique a higiene do sono, que já foi explicada no meu Instagram.

5 – Regule o seu ciclo circadiano: cuide dos momentos de exposição a luz e escuridão (evite luz artificial e telas próximo ao horário de dormir) e observe o horário das refeições (mantenha mais ou menos fixos) para regular relógio central (luz/escuridão) com os periféricos (alimentação).

Outras dicas rápidas para reduzir o efeito do estresse na pele

– Medite

– Faça terapia

– Tenha momentos de lazer

– Pratique atividades físicas (mas não se cobre por desempenho profissional)

– Invista tempo em hobbies que não estejam ligados ao seu trabalho diário

Fez tudo isso e ainda sente o efeito do estresse na pele? Acha que não está funcionando? O único remédio deve ser procurar um especialista! Não tome remédios por conta própria, procure um médico perto de você que possa te ajudar.

Precisa de alguma ajuda e quer marcar uma consulta? Clique aqui e marque um horário comigo.

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Doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa.

É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente.  Sua causa é desconhecida, mas se sabe que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética.

Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos. Iniciam-se, então, respostas imunológicas que incluem dilatação dos vasos sanguíneos da pele e infiltração da pele com células de defesa chamadas neutrófilos, como as células da pele estão sendo atacadas, sua produção também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com consequente grande produção de escamas devido à imaturidade das células.

Esse ciclo faz com que ambas as células mortas não consigam ser eliminadas eficientemente, formando manchas espessas e escamosas na pele. Normalmente, essa cadeia só é quebrada com tratamento. É importante ressaltar: a doença não é contagiosa e o contato com pacientes não precisa ser evitado.

É frequente a associação de psoríase e artrite psoriática, doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor. A patogênese das comorbidades em pacientes com psoríase permanece desconhecida. Entretanto, há hipóteses de que vias inflamatórias comuns, mediadores celulares e susceptibilidade genética estão implicados.

Promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, aberta oficialmente em outubro, visa combater o preconceito e melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras da doença. Para isso, desde 2016, a entidade elabora ações anuais de esclarecimento para mostrar que os pacientes podem conviver com a doença – considerada crônica sistêmica, autoimune e não contagiosa –, que afeta a pele de cerca de 3% da população mundial.

A entrevista concedida a Camila Barbieri para o programa Viver é Melhor sobre PSORÍASE. A dra Tatiana Gabbi explica sobre preconceito, fala sobre a doença, diagnósticos diferenciais, tratamento e acompanhamento.

 

Fonte: SBD | www.psoriasetemtratamento.com.br

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