Oi, tudo bem? Eu sou a Dra. Tatiana Gabbi e hoje vamos fazer a continuação do último texto aqui no blog.
Para você que está chegando aqui agora, fizemos uma live no Instagram (eu e o Dr. Walter Loureiro, também dermatologista) e tivemos tantas informações bacanas que resolvi fazer 3 posts com dicas para você tirar várias dúvidas sobre suas unhas.
Hoje vamos falar sobre tratamento para unhas doentes e como evitar, passando alguns tratamentos importantíssimos de seguir no dia a dia.
Espero que vocês gostem bastante. Continuem aqui comigo até o final!
1 – Procedimento em tratamento para unhas: Biópsia
A 1ª pergunta de hoje é: “Quando se tem uma melanoníquia em faixa suspeita, como é feita a biópsia?”
Essa é uma pergunta super importante, já que alguns colegas acabam não se atualizando com os procedimentos que são feitos atualmente pelos dermatologistas especialistas em unhas.
Essa biópsia só é feita quando a melanoníquia é bem lateral, porque é necessário tirar tudo. Para aquela melanoníquia que está bem no canto da unha, esse é o melhor procedimento porque fica esteticamente bom e é possível fazer um belo diagnóstico.
Já quando a lesão está no meio, o que acontece na maior parte dos casos, o procedimento é outro.
Atualmente, em vez de fazer a meia lua (que era feito antes e deixava cicatriz), é tirado apenas um “shaving” da melanoníquia, que é retirar uma ‘fatia’ bem fina e fazer o diagnóstico.
Essa biópsia é a mais atual e serve tanto para diagnóstico quanto para tratamento e, muitas vezes, a unha nasce sem cicatriz – o que é bem melhor do que o procedimento meia lua feito antes.
Sequelas da biópsia
Com esses procedimentos atuais, é mais fácil que ele deixe menos sequelas nas unhas e, algumas vezes, a unha não fica com cicatriz.
Quando posto alguns resultados aqui no blog ou no meu instagram, muita gente fica impressionada com a possibilidade de fazer procedimentos sem sequelas.
Mas é importante saber que algumas vezes pode acontecer de ter sequelas, porque depende muito do tamanho, apesar de ser difícil atualmente.
O que também pode ser comum de acontecer nesse tipo de procedimento é o profissional estar diante de algo que não é uma pinta ou melanoma, ser apenas uma mancha por trauma e, após o procedimento, ela acabar se recidivando já que você fez um outro trauma para tratar a unha.
A dermatoscopia na biópsia
A dermatoscopia é como uma lupa que mostra de uma forma diferente o pigmento.
Entendemos que se o dermatologista levanta a placa é porque ele fará a biópsia, já que isso só é feito quando existe uma suspeita sobre essa lesão.
Por isso, a dermatoscopia é tão importante: ela permite delimitar a lesão e fazer o controle de margens.
E uma das dicas para os dermatologistas que estão nos acompanhando é: injetar o anestésico ou soro embaixo da melanoníquia, assim ela fica um pouco mais ‘tufada’ e a margem fica maior.
2 – Tratamento para unhas: Micose
A 2ª pergunta de hoje é sobre a dermoabrasão. Indicamos esse procedimento em diversas situações, como na onicogrifose, por exemplo.
Mas eu indico ainda mais esse procedimento quando a pessoa tem uma micose de unha, que tem um ‘bolo’ ainda maior de micose por baixo.
Isso porque, como você viu no 1º artigo desta série, as unhas são compostas por camadas e se você passar só o remédio na camada de cima, os fungos vão continuar nas outras camadas.
Uma informação interessante sobre esse assunto é que esses fungos comuns que colonizam as nossas unhas formam algo chamado ‘biofilme’, que é quando você tem um organismo de uma célula só e ele fica agrupado, funcionando como se fosse um organismo muito maior.
Às vezes, esse biofilme (bola de fungos no meio da unha) consegue jogar pra fora o remédio que chega dentro da unha.
Ou seja: você toma o remédio para unha, ele chega lá dentro da bola de fungos, mas por meio dessas bombas feitas pelo biofilme na superfície, o remédio é jogado pra fora e acaba não destruindo o fungo.
O papel do podólogo nesses casos
No artigo anterior também falamos sobre a importância do podólogo como parceiros dos dermatologistas. E aqui continuamos afirmando essa necessidade.
Esse tratamento para unhas com micose precisa de acompanhamento com um podólogo e a frequência recomendada é de 1 vez por mês para que ele use a abrasão mecânica (com os motores) e a manutenção precisa ser feita em casa 1 vez por semana.
3 – Diagnóstico de unhas com rugosidade
A 3ª pergunta de hoje é sobre o tratamento para unhas que não têm alteração da cor, mas estão mais finas e com rugosidade.
Pode ser que isso seja onicorrexe, que é uma manifestação da unha fraca, mas não dá para confirmar sem ver. Por isso, recomendo que procure um médico dermatologista e saiba quais atitudes podem ser tomadas para melhorar.
Mas supondo que seja por unhas fracas, é comum que quanto mais o tempo passe, mais fácil as nossas unhas quebrem. Elas seguem as mesmas ‘regras’ dos cabelos, que vão afinando com o tempo.
Com isso, a sua unha fica grudada na carne que está embaixo, seguindo a estrutura da pele que não é lisa; ela sobe e desce, então as unhas se ajustam para não escorregar.
Quando vamos envelhecendo, a unha vai ficando mais fina e assumindo o formato do que está embaixo e, por isso, fica ondulado
Ao fazer o diagnóstico do Líquen Plano Ungueal, é possível apenas enviar para o laboratório?
Esse tipo de procedimento, que chamamos de clipping ungueal, serve para diagnosticar algumas coisas, como: tumores, micose e até a psoríase (dependendo de como for feito o clipping).
Mas a grande parte das doenças inflamatórias não se beneficiam desse tipo de diagnóstico. Por isso, é interessante fazer uma biópsia que chamamos de “longitudinal lateral”.
Essa biópsia funciona assim: tiramos um pedaço pequeno do leito da unha e um da matriz, no cantinho mesmo. Ao analisar, é possível fazer o diagnóstico desse tipo de lesão.
Essa é a melhor forma de diagnosticar, mas como é invasivo, pode ser uma boa ideia primeiro cortar a unha para diagnosticar primeiro outras doenças que possam parecer com Líquen Plano.
4 – Tratamento para unhas encravadas
A 4ª pergunta de hoje sobre tratamento para unhas envolve uma dúvida muito comum, que é a unha encravada.
Existem várias técnicas que podemos usar ao fazer uma cirurgia e uma colega dermatologista perguntou, especificamente, de uma técnica que chamamos de “Cirurgia do Super U”.
Essa cirurgia é feita quando você tem uma unha que já foi muito encravada, já passou por uma série de procedimentos e que a unha já está “enfiada em um dedo gordo”. Por isso, o melhor procedimento é tirar a borda da unha em vez de mexer na lâmina.
Inclusive, os americanos têm um termo para isso que eles chamam de “embeded”, que é como se você deitasse no meio de uma cama bem fofa. Nesse caso, a unha é você; ela fica afundada com toda a carne ao redor e encrava a unha porque ela não consegue crescer.
Nessa cirurgia, nós tiramos toda a carne grossa para que a unha comece a crescer, já que o problema não é na unha e sim na carne que está ao redor.
É uma técnica mais “chata”, com um pós-operatório mais demorado, libera secreções e é um pouco difícil. Mas, apesar disso, a cirurgia não é considerada complicada e dá um ótimo resultado.
Tratamento para unhas em crianças
Nem sempre conseguimos resolver e fazer tratamentos para unhas em crianças pequenas apenas aplicando cremes ou massagens. Às vezes, é necessário fazer essa cirurgia em bebês.
Nesses casos, a Cirurgia do Super U é excelente, já que não é possível tirar apenas a unha que está encravada, evitando uma deformidade nas unhas do bebê.
Recomendamos também essa técnica para pessoas que querem uma estética melhor na unha, já que ela preserva o aspecto. O preço, porém, é o pós-operatório mais complexo.
O tempo de recuperação da operação completa do Super U acontece em, no mínimo, 1 mês – isso sem contar as intercorrências. Então, caso a unha inflame ou tenha algum outro percalço no caminho, vai acabar demorando mais tempo.
5 – Pandemia
Sobre os tratamentos para unhas na pandemia, não vimos nada de tão diferente nos dedos de pessoas que tinham COVID-19 para os que não tinham.
A equipe de dermatologistas que estava presente no hospital observou que:
-> A maioria das lesões dermatológicas eram por micoses;
-> As lesões pustulosas eram cândida;
-> As lesões descamativas eram dermatofitose.
E algumas dessas alterações eram comuns para pacientes que ficam muito tempo internados.
Observamos também que o número de lesões por medicamentos aumentou. Ou seja: muito tempo internado, tomando vários medicamentos e com um vírus mexendo na imunidade acabou aumentando as reações medicamentosas do que costumamos ver.
Sobre os dedos de COVID, todos os que vimos eram de pacientes que já estavam em estado muito grave, na UTI, quando a circulação já começa a ser mais central e as extremidades começam a sofrer.
Geralmente, isso acontece com pacientes que vão a óbito rapidamente. Então, todos os dedos de COVID que a equipe viu no Hospital das Clínicas eram de pessoas nessa situação.
Mas em um grupo de colegas dermatologistas, vimos que existem alguns casos de disidrose e outras alterações. Tudo isso fora do Hospital das Clínicas, mas lá dentro tudo o que vimos não era específico da doença.
Você pode conferir…
Na live, você também pode conferir com mais profundidade essas informações que deixei aqui no artigo.
Se você ainda não viu os dois últimos artigos que fiz sobre essa live, não perca tempo, tem muita coisa bacana. Você pode ver pelos links abaixo:
1 – Hidratação para unhas fracas: 4 informações para descobrir agora!
2 – Como evitar unhas doentes: veja aqui as principais doenças e tratamentos
É possível também conferir o vídeo completo clicando aqui.
Ah, não esqueça de me seguir no Instagram para mais conteúdos importantes sobre hidratação para unhas fracas, pele e cabelos.
Até a próxima!
Postado por Dra. Tatiana Gabbi