Olheiras

Recentemente, concedi algumas entrevistas para a Folha de São Paulo e Record sobre um tratamento “novo” para olheiras, que seria a tatuagem ou micropigmentação da região. Em primeiro lugar, esse tratamento não é novo, e se justificava com o que se tinha de recurso na década de 1980, época em que os tratamentos médicos para olheiras ainda não estavam disponíveis. Sem querer entrar no mérito da técnica e das tintas da época, encontramos vários relatos de complicações oftalmológicas na literatura médica. Felizmente, hoje em dia, a Dermatologia tem uma série de recursos testados, aprovados e seguros para o tratamento das olheiras. Vamos conhecer um pouco mais sobre isso?

 


O que são as olheiras?

 

Há uma série de alterações da região da pálpebra inferior e tudo isso recebe o mesmo nome popular de olheira. Portanto, o primeiro passo é diagnosticar qual o seu tipo de olheira, pois para cada uma há um tratamento que é melhor indicado.

O dermatologista faz o diagnóstico preciso, que muitas vezes não é tão simples assim. Basicamente, as olheiras podem ser  de alguns dos seguintes tipos ou associações e combinações entre eles:

  • Olheiras profundas: formação de sombra na região abaixo dos olhos e próxima ao nariz. Ocorre por perda de gordura nessa região, fruto do envelhecimento cutâneo, mas pode surgir precocemente em indivíduos alérgicos ou pode ser do tipo familiar/hereditário. As pálpebras se tornam encovadas e escurecidas.
  • Olheiras vasculares: formadas por excesso de vasinhos sanguíneos (tendem a ser arroxeadas e inchadas)
  • Bolsas de gordura nas pálpebras: formam uma olheira com inchaço. Também possuem componente hereditário ou podem surgir com o envelhecimento
  • Olheiras pigmentadas: formadas por excesso de melanina ou hemossiderina (pigmento originado da hemoglobina de células do sangue). Esse tipo de olheira também pode surgir em indivíduos com o péssimo hábito de coçar os olhos.

 


Tratamentos

  • Olheiras pigmentadas podem ser tratadas com cremes clareadores e peelings superficiais. Os lasers e  a luz intensa pulsada também estão bem indicados e atuam mais profundamente, produzindo melhores resultados.
  • Quando o problema das olheiras é o excesso de vasos sanguíneos, o tratamento ideal é com o laser ou  luz intensa pulsada. Somente estas tecnologias conseguem resolver o problema, pois fazem estes vasos desaparecerem.
  • A olheira profunda é tratada com preenchimento a base de ácido hialurônico. A resposta é imediata e muito satisfatória.
  • As bolsas abaixo dos olhos podem melhorar com cremes e drenagem. Quando são mais intensas, estão indicados os lasers ablativos ou os peelings médios e profundos. Dependendo da faixa etária, indica-se a cirurgia (blefaroplastia).
  • Tratar a alergia, se houver, é fundamental. O ato de coçar provoca inchaço, pigmentação e rompimento de pequenos vasos no local.

 

Prevenção

 

  • A prevenção é essencial! Bons hábitos de vida ajudam muito, portanto:  evite as bebidas alcoólicas, o tabagismo e a exposição solar sem proteção! Óculos escuros grandes protegem essa área do sol e estão super na moda! Cuide de sua alimentação:alimentos ricos em flavonoides (como chocolate amargo) e o Ômega 3 (salmão e nozes) melhoram a circulação nos vasos locais, e podem contribuir para reduzir as olheiras. O excesso de doces produz substâncias que aumentam a tendência à flacidez da pele.
  • Na hora de dormir, remova toda a maquiagem e procure descansar pelo menos 8 horas. O sono noturno é o ideal e dormir demais também não soluciona o problema. Organize-se para poder descansar e repor as energias!
  • As compressas geladas pela manhã diminuem o inchaço das pálpebras. Isso deve ser feito com cuidado para não queimar a região. Recomenda-se utilizar gazes úmidas e nunca gelo direto sobre a pele.

Infelizmente, não existe tratamento um tratamento definitivo que resolva para sempre o problema de todas as olheiras. Porém, ao adotar medidas simples e o tratamento correto, você obterá grandes resultados e poderá ficar longos períodos sem ter que se incomodar com elas.