Retroníquia
Esse nome difícil é o termo técnico para um problema na unha que não é nem raro nem complicado de tratar, mas que mesmo assim ainda é desconhecido de muitos médicos e pacientes. A unha encravada todos conhecem: geralmente ela incomoda muito porque machuca e é facilmente reconhecida por causar dor e desconforto quando apertamos os cantinhos. Pois bem, a retroníquia nada mais é que a unha encravada na região da cutícula. Esse assunto é tão importante que, só este ano, já foi tema de duas de minhas palestras, em São Paulo e em Campo Grande.
Ninguém sabe exatamente como isso acontece, mas parece que a maioria dos casos surge após um trauma: uma batida, um sapato apertado, algum objeto que caiu em cima da unha etc. Normalmente isso ocorre na unha do dedão do pé e, uma vez instalado, tende a ficar crônico. Às vezes faz tanto tempo que nem nos lembramos como foi que aquilo surgiu ou – o que é até mais comum – a unha já sofreu múltiplos traumas, como pisões e topadas, com queda espontânea das unhas de quando em quando.
A unha fica amarela, dolorida e com a região que fica logo abaixo bastante inflamada e dolorida. O aspecto simula uma infecção causada por bactérias e é por isso que muitos pacientes acabam recebendo receitas de antibióticos em pomadas ou em comprimidos, tudo isso sem resolução do quadro. Se nada for feito, pode haver cura espontânea com sequelas, encurtamento do leito e um aspecto de unha doente, espessada e descolada, simulando uma micose.
Se você tem esse tipo de problema, é importante procurar o especialista o quanto antes para que você possa ser avaliado e o tratamento adequado, indicado. Alguns casos podem ser controlados somente com aplicação de medicamentos, mas a grande maioria terá que ser submetida a uma pequena cirurgia. Em cerca de 70% dos casos é possível curar o paciente, sem sequelas. Alguns, no entanto, podem apresentar uma deformidade permanente que poderá ser corrigida com uma cirurgia plástica do leito. Esse procedimento corretor é bem sucedido em mais da metade desses casos, mas não é obrigatório, por se tratar de um procedimento estético. O tratamento da retroníquia, no entanto, é fundamental pois causa dor, desconforto e pode ser porta de entrada para infecções tanto bacterianas quanto fúngicas.
2 Comentários
Claudia
17 de janeiro de 2021 at 14:51Doutora, muito obrigada por descrever de forma tão simples e direta. Estou sofrendo há meses com este problema, fui à dois dermatologistas que não conseguiram identificar meu problema, nem com o laudo de uma ultrassonografia. Agora estou com uma infecção instalada no local, com muita dor e com receio de não encontrar a ajuda que preciso! Vou mostrar este artigo no próximo médico que irei consultar!
Amelia Maria da Silva evangelista
1 de fevereiro de 2022 at 17:40Gostei do artigo foi de grande avalia